O tamanho da matéria e dos objetos que conseguimos manipular vem diminuindo desde a década de 70. Com o advento de técnicas de imagem cada vez mais precisas e com melhor resolução e com a introdução da nanociência e nanotecnologia, manipular átomos e moléculas já é uma realidade.
Mas afinal, com todas estas tecnologias (micro, nano, pico), qual o tamanho de cada produto e que vantagens temos com cada um?
Primeiramente, precisamos saber o poder de resolução de nosso olho nu, que corresponde à distância mínima que é necessário existir entre dois pontos para que possam ser distinguidos. Ela é de 40 micrometros, ou 0,04 milímetros. Para o microscópio óptico essa distância é de 0,2 μm e para os microscópios eletrônicos mais atuais, consegue-se uma resolução de até 50 picômetros, ou 10-12m.
Em termos de data de lançamento de cada tecnologia, começamos pela microtecnologia, que é em tamanho, milionésimo de metro (ou 1 × 10-6 m), ou ainda mil vezes menor que o milímetro. Na área de cosmético, são cápsulas e partículas sólidas visíveis na maior parte ou visíveis no microscópio óptico. São partículas que rompem por ação mecânica simples, como fricação de um tecido, agitação do tanque de preparação do cosmético ou prensagem. São estas cápsulas que são usadas para controle de perfumação em amaciantes de tecido.
A nanotecnologia surgiu a partir da década de 70 e ganhou muita força mais recentemente com o lançamento de uma série de produtos no mercado. O nanômetro é um bilionésimo do metro. Hoje, a aplicação da nanotecnologia na área de cosméticos permite a produção de duas categorias de produtos:
1) Nanomateriais (de acordo com definição do Reach – UE) são partículas insolúveis ou biopersistentes e menores que 100 nm, como exemplos temos os óxidos metálicos, como diáxido de titânio, óxido de zinco e de metais, como nanoouro, nanoprata, e de carbono, como fulerenos e nanotubos de carbono. Estas partículas são muito pequenas, geralmente até menores que 50 nm e possuem risco de acúmulo no corpo.
2) Nanopartículas lábeis são aquelas que se desintegram a seus componentes após sua aplicação no corpo. São usadas como cápsulas de ativos cosméticos, formada por óleos, lipídeos, polímeros ou fosfolipídios. Segundo a literatura, para terem eficácia e segurança, devem possuir entre 100 e 400 nm de tamanho e não se rompem com agitação ou atrito. Além disso, são normalmente produzidos e veiculados como suspensões e como são partículas muito pequenas, não sofrem sedimentação visível a olho nu, ou seja, são produtos de aparência leitosa que não sofre separação de fases e que não requerem agitação para retomar sua homogeneidade. Neste tamanho de partícula, já temos na literatura inúmeros estudos de segurança e eficácia de fármacos e cosméticos e alguns exemplos de cósmeticos no mercado.
O tamanho entre 100 e 400 nm aparece como uma das condições importantes para evitar a chegada dos ativos no sangue e o aparecimento de possíveis efeitos indesejáveis. Este tamanho corresponde a cerca de 1000 vezes menos que a espessura de um fio de cabelo, conforme mostra a figura abaixo.
Fonte: Inventiva